As taxas de juro cobradas pela banca às empresas portuguesas no final do semestre eram mais do dobro do que pagavam, em média, as restantes empresas da Zona Euro.
Em Portugal, a média das taxas de juro de novos empréstimos a sociedades não financeiras estava nos 5,53% no final de junho, mais do dobro do que os 2,59% cobrados nos restantes 16 países da Zona Euro, lê-se no relatório da Associação Portuguesa de Bancos (APB).
"O diferencial entre as taxas de juro de novos empréstimos a sociedades não financeiras em Portugal e na área do euro aumentou depois do início da crise da dívida soberana", realçou a entidade liderada por Fernando Faria de Oliveira.
De resto, a APB assinalou que, em Portugal, "os particulares e as sociedades não financeiras revelam uma maior dependência do crédito bancário do que na área do euro".
Ainda assim, as empresas públicas representam quase 10% (números de 2012) da dívida total das sociedades não financeiras ao setor financeiro residente, uma tendência que se acentuou desde 2009.
"Se o crédito a particulares é maioritariamente para habitação, o crédito a sociedades não financeiras destina-se sobretudo ao setor da construção e do imobiliário", frisou a APB.