Centro de Investigación La Orden-Valdesequera, Universidad de Extremadura (Departamento de Geografía y Ordenación del Territorio-Grupo de Investigación Geoambiental GIGA).
Coordenador do projeto ou investigador responsável: Mónica Murillo Vilanova (Centro de Investigación La Orden-Valdesequera).
Justificação
O montado é um exemplo ideal de sistema agrário de Alto Valor Natural que, além do seu enorme valor ambiental (incluiu uma grande variedade de habitats e uma elevada biodiversidade, estando incluído no Anexo 1 da Diretiva Habitats), possui uma grande importância social, cultural e económica. Contudo, os valores naturais e a sustentabilidade deste ecossistema encontram-se hoje em dia ameaçados. As alterações sofridas ao longo da história e as tendências de gestão dos últimos anos, representam um perigo para a conservação do sistema.
A importância do montado justifica a adoção de medidas atualmente baseadas em ajudas dirigidas a subsidiar ações individuais, o que incentiva a sua realização de maneira pouco integrada. A necessidade de abordar o problema desde uma perspetiva múltipla e integral é urgente. Para isso é necessária a coordenação entre todos os sectores implicados (administrações, autoridades locais, produtores, investigadores, etc.), um processo complexo, com interesses em conflito e de características multidimensionais.
Para levar a cabo este objetivo, o uso de sistemas de apoio à decisão (SAD) baseados em Tecnologias da Informação, pode aumentar significativamente a eficácia e eficiência da tomada de decisões, dotando os responsáveis de uma visão geral dos aspetos a ter em conta (solo, água, vegetação, conservação, rentabilidade, alterações climáticas, intervenção pública, etc.), bem como das possíveis alternativas e impactos; um grande leque de opções que facilita as negociações e a resolução de conflitos.
Outros trabalhos têm tentado oferecer soluções isoladas a problemas concretos, ou estabelecer um modelo único de gestão. Este projeto pretende oferecer uma ferramenta que permita facilitar a tomada de decisões dos implicados no processo, segundo as circunstâncias e objetivos, de forma integrada e tendo em conta a sustentabilidade do ecossistema. Uma ferramenta aberta, que se possa implementar e continue a ser aplicável perante possíveis mudanças, útil a diferentes escalas e em diferentes âmbitos. Uma ferramenta que permita a eleição ótima perante a dificuldade de tentar satisfazer objetivos múltiplos e frequentemente contraditórios.
Objetivos
Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja (ESAB).
Coordenador do projeto ou investigador responsável: Margarida Pererira (ESAB).
Justificação
A situação fitossanitária dos nossos montados tem vindo a piorar progressivamente, colocando em causa a produtividade e viabilidade deste característico ecossistema mediterrânico.
Uma das causas associada, frequentemente, a esta problemática, é a presença de populações de pragas desfolheadoras que colocam que ameaçam a folhagem das árvores, e, por consequência, diversos processos fisiológicos vitais, como a fotossíntese, respiração e transpiração.
A definição de adequadas estratégias de gestão deste importante problema fitossanitário pressupõe um conhecimento da biologia das pragas, principalmente da sua dinâmica populacional e a sua variabilidade temporal e espacial.
O acompanhamento e monitorização das variações ambientais, num contexto espacial e temporal, e o seu relacionamento com a eco-biologia destas espécies, é uma etapa importante no delineamento de estratégias, tanto remediadoras como preventivas.
O conhecimento da biologia e do ciclo de vida destas pragas, bem como da sua bio-ecologia e dinâmica populacional é indispensável para uma gestão sustentável do ecossistema montado.
Outro dos grandes problemas da floresta portuguesa, principalmente nos últimos anos, tem sido os incêndios florestais, com maior relevância durante a época quente e seca, de Primavera/Verão.
É imprescindível tomar medidas preventivas muito concretas (como as boas práticas florestais, silvicultura preventiva, o correcto planeamento e ordenamento florestais, o cumprimento da legislação, etc.), estratégicas, com vista a mitigar o risco de ignição de um incêndio florestal, ou, no caso dessa ignição ocorrer, mitigar o risco de propagação. Para tal, há que ter meios e equipamentos de prevenção e combate aos incêndios. E os proprietários têm que possuir formação adequada, para que possam planear medidas e estratégias de prevenção dos incêndios florestais.
Uma destas medidas, muito importante, é promover descontinuidades na massa combustível do espaço florestal, limpando do terreno uma certa quantidade de espécies arbustivas.
Nos países mediterrânicos, que não podem fugir à tragédia dos incêndios florestais cíclicos, o retirar carga combustível da floresta assume um papel de relevo, uma vez que mitiga o risco de incêndio e, ao mesmo tempo, facilita o seu combate.
Objetivos
1. Identificar as espécies desfolheadoras presentes no ecossistema montado;
2. Avaliar a importância relativa, e a variabilidade desta importância, nas componentes temporal e espacial;
3. Identificar os momentos críticos para cada uma das espécies;
4. Caracterizar os locais críticos identificados;
5. Caracterizar os espaços florestais mediterrânicos portugueses;
6. Avaliar e caracterizar os combustíveis florestais;
7. Identificar as principais causas responsáveis pela ignição e pela propagação dos incêndios florestais;
8. Ficar com uma ideia das consequências dos incêndios florestais, nos domínios ambiental, económico, social e cultural;
9. Propor medidas de prevenção dos incêndios florestais;
10. Propor estratégias de gestão das pragas do montado atendendo á sua biologia e à dinâmica dos povoamentos.